Aqueles homens já me visitaram à meia-luz.
Um deles calçava sandálias de metal
que me calejaram o coração.
Outro me deu flores
mas quis fazer brotar frutos
onde nenhum olho d’água se via.
O que veio depois desconhecia sutilezas
ainda sinto suas mãos em meu pescoço
por causa delas parei de dormir em minha cama.
Aquele outro veio tingido em cinza
e deixou rastros por todos os cantos
um pacote de biscoitos sobre a mesa
cascos de cerveja na pia
mais papéis na estante
fios negros e grossos no chão e nos travesseiros
espinhos que não me deixavam dormir.
Um deles
– o das flores –
tinha mais coração do que eu.
– o das flores –
tinha mais coração do que eu.
Já os outros eram por demais pesados
mais penedos do que homens
mais rochedos do que gente.
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