Minha arquitetura é líquida.
É de sensibilidades
descompassadas:
suor e lágrimas
enguias nas mãos de uma criança.
Às vezes consigo governá-las
e transmutá-las em tinta
ora azul ora lilás
vertida em verbo
Outras vezes
elas se transformam em peixes
bichos mais vivos do que eu
eles turvam a água
quebram o aquário
e dele se derramam minhas
sensibilidades
– aquelas descompassadas
enguias nas mãos de crianças –
sem tinta ou aquário
ou fundação qualquer
sobra
apenas aquela matéria incolor
fundação principal
da minha arquitetura.
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