O que para ele é mar sinuoso
ela sabe:
é borrasca.
A luz única
ela sabe
(e ele também):
apenas brinca de ser farol
branco-azul
desvanecido pelas ondas sonoras e pelo
cheiro salobro
que inundam o quarto.
O corpo sob o dela
ela sabe:
está entregue
navega-o
uma vez
duas vezes
tantas vezes quanto queira
bebendo-lhe as águas quentes
e pensa
entre lençóis e cabelos revoltos
estar no controle.
Pobrezinha.
Julgando-se capitã
não imagina que em breve
ventos calmos se insurgirão contra a
tempestade.
Muito em breve
navegará o corpo sob o seu
pensando ser naufrágio
sem saber
que é resgate.
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