Que
a poesia me salve
não
dos pesadelos
nem
dos homens que me desamaram
tampouco
dos que nunca me amaram
menos
ainda dos que não se deixaram ficar por receio
de
não regressarem de mim
que
me salve
da
ausência de fé
e
do desespero de ver o índigo acobertar a meia-luz
e
revelar fantasmas
que
a poesia me salve
de
me perder para sempre
nesse
espaço-tempo infinito e desconfortável
que
me consome de dentro para fora
e
quase me drena a voz
que
ela
–
minha voz –
resista
para
que a poesia me salve
de
mim.
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