Quisera arrumar meu corpo
como se ajeita uma casa
mas não posso não consigo
meu corpo está desmoronando
eu não posso arrumá-lo não consigo limpá-lo
erguê-lo dói
são muitos fios e poucas tomadas
plugs em desalinho
não há emenda não há jeito
há poeira vermelha no assoalho
há carne viva nos canais
tento removê-las mas estão agarradas
há cardos teimosos
arame farpado
anuviando a vista da vida
exceto por uma janela
aquela janela sempre aberta
ao futuro atrás de mim.
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